A UTOPIA - THOMAS MORUS – BLOG EM 4 DE
FEVEREIRO DE 2010
Vou apenas trazer para data atual os
comentários feitos em 2010, a pedido dos amigos do Grupo. Assim meus leitores
atuais poderão ver que o Sonho Americano com a Tecnologia a serviço do homem é
na verdade mais avançado do que a famosa ficção que todos citam, mas ninguém
leu. Desde que fiz esse resumo alguma água passou por baixo da ponte que liga o
tempo da Declaração dos Direitos dos cidadãos ao tempo da eleição de Trump com
a campanha sem meias palavras de que é para restaurar o AMERICAN DREAM.
ANÁLISE DE
"UTOPIA" - DE THOMAS MORUS -"UTOPIA" é uma ficção que tem a
fama de fantasia máxima sobre um Governo Ideal, impossível de realizar. Vamos
desmistificar?
Temos em mãos um
texto distribuído pelo site LIVROS GRÁTIS. A apresentação, evidentemente feita
sob a ignorância e estreiteza dos chavões bolchevistas, comete logo na saída
uma tremenda confusão resultante do desconhecimento de História das Ideologias,
dizendo que "A Utopia é uma crítica fundamentada do regime burguês" e
logo em seguida afirma que o autor apresenta "um espelho das injustiças e
misérias do Feudalismo". Me desculpem,
mas são duas coisas opostas... O espelho que ele possuía nessa data era
a Inglaterra sob Henrique VII, onde tudo era de propriedade da nobreza e do
clero. O autor da Utopia divergiu do rei Henrique VIII de quem era chanceler e
acabou condenado e decapitado.
Não esqueçamos que
"burgueses" eram os habitantes dos Burgos, fugidos dos Feudos,
recusando ser servos da gleba para viver de suas artes, ofícios, profissões
liberais, transportadores, estudiosos, viajantes, comerciantes. Toda a luta
subsequente é a Revolução Burguesa, que Marx reconheceu que tem vocação
Universal e só vai parar quando atingir a Terra toda. A essência dessa
revolução é buscar o mais possível aproximar-se de um "ideal" que
chamamos "Democracia", onde se cultive a Verdade, o direito de ir e
vir livremente para prosperar, haja respeito a quem tem mérito e, em
consequência, seja respeitada a propriedade honestamente conquistada com esse
mérito. E a essência da contrarrevolução Feudal é restaurar a hierarquia
impondo a volta de todos à servidão total, onde grandes "donos de
tudo" extraem tudo da massa ignorante que escravizam. Foi feudal a URSS, a
China de Mao, o Nazismo e o Bolchevismo, os Banqueiros, e a associação
invisível das Máfias de hoje.
Mas, com todas as
loucuras que cometem esses esbirros do Escravagismo Planetário unificado, o
Sonho de alcançar a qualidade de vida sempre crescente, a cada dia está mais
divulgado e a tentativa de acelerá-lo é cada vez mais válida. E não adianta a
mídia paga pelos mafio-populistas mentir sem nenhum senso de seu crime. A
automação está acelerada exponencialmente e isso atira os escravos com carteirinha
ou sem ela, para o reino do desemprego, que promete ser total. E poucos
percebem que isso é a libertação verdadeira.
TRUMP SURGE NESSA SITUAÇÃO
EM QUE O DESESPERO DE TODOS IA LEVANDO OS IGNORANTES PARA OS BRAÇOS DOS MAIS
REFINADOS LADRÕES DE TODOS OS TEMPOS.
VAMOS AO RESUMO
Conta Thomas Morus em sua ficção que foi informado destes dados
por um sábio viajante naufragado nas costas da Pérsia e que vive um tempo como
hóspede em um reino (polileritas) de nome Utopia.
LIVRO PRIMEIRO - Faz uma curta Introdução
num diálogo onde o narrador informa: Na Utopia, as leis são pouco numerosas; a
administração distribui indistintamente seus benefícios por todas as classes de
cidadãos. O mérito é ali recompensado; e, ao mesmo tempo, a riqueza nacional é
tão igualmente repartida que cada um goza abundantemente de todas as
comodidades da vida.
Aí Morus contra-argumenta: Longe de
compartilhar vossas convicções, penso, ao contrário, que o país em que se
estabelecesse a comunidade de bens seria o mais miserável de todos os países.
Com efeito, como produzir para as necessidades do consumo? Todo mundo fugiria
do trabalho e descansaria dos cuidados com sua existência mantida sobre o
trabalho dos outros. E, mesmo que a miséria perseguisse os preguiçosos, desde
que a lei não mantém a propriedade de cada um, a rebelião rugiria, sem cessar,
esfomeada e ameaçadora, e a matança ensanguentaria vossa república. Que
barreira oporíeis à anarquia?
Rafael, o narrador argumenta que esteve
nessa ilha e conclui, para convencer Thomas a ouvir: "o que lhes dá a
superioridade do bem-estar material e social, embora os igualemos em
inteligência e riqueza, é essa atividade do espírito dirigida incessantemente
para a pesquisa, aperfeiçoamento e aplicação, das coisas úteis".
O LIVRO SEGUNDO começa descrevendo
fisicamente a ilha, depois faz um relato histórico sobre a conquista da terra
por um sábio (Utopus) que dá origem ao sistema perfeito.
Eis o trecho inicial que lhe dá a sua fama:
"A família agrícola se compõe pelo
menos de quarenta indivíduos, homens e mulheres, e de dois escravos. Está sob a
direção de um pai e de uma mãe de família, pessoas graves e prudentes. Trinta
famílias são dirigidas por um filarca. Todos os anos vinte cultivadores de cada
família regressam à cidade; são os que terminaram seus dois anos de serviço
agrícola. São substituídos, então, por vinte indivíduos que ainda não serviram.
Os recém-chegados recebem instrução dos que já trabalharam um ano no campo, e,
no ano seguinte, se tornam instrutores por sua vez. Assim os cultivadores não
são, nunca, todos de uma vez, ignorantes e novatos, e a subsistência pública
não tem nada a temer da imperícia dos cidadãos Os utopianos convertem em pão os
cereais; bebem o suco da uva, da maçã, da pêra; bebem também água pura ou
fervida com mel e alcaçuz, que possuem em abundância. A quantidade de víveres
necessária ao consumo de cada cidade e de seus territórios é determinada da
maneira mais precisa. Não obstante, os habitantes não deixam de semear o grão e
criar gado, muito além das necessidades do consumo. O excedente é posto em
reserva, para os países vizinhos. Os habitantes da Utopia aplicam aqui o
princípio da posse comum. Para abolir a ideia da propriedade individual e
absoluta, trocam de casa todos os dez anos e tiram a sorte da que lhes deve
caber na partilha. Os habitantes das cidades tratam de seus jardins com
desvelo; cultivam a vinha, os frutos, as flores. e toda a sorte de plantas.
Põem nessa cultura tanta ciência e gosto que jamais vi em outra parte maior
fertilidade e abundância combinadas num conjunto mais gracioso. Não é o prazer
o único motivo que os incita à arte da jardinagem; há emulação entre os
diferentes quarteirões da cidade, que lutam à porfia por quem terá o jardim
mais bem cultivado. Na verdade, nada se pode conceber mais agradável, nem mais
útil aos cidadãos que esta ocupação".
Prossegue um capítulo sobre ARTES E OFICIOS
onde continua elogiando a agricultura, inclui feitura de roupas (todas iguais),
mostra divisão do tempo entre o trabalho e o estudo, mas já separa alguns para
cultivar as letras... Prossegue:"se a ilha inteira se visse sobrecarregada
de habitantes, seria decretada a emigração geral. Os emigrantes iriam fundar
uma colônia no continente mais próximo, onde os indígenas dispõem de mais
terreno do que cultivam. A colônia se governa segundo as leis utopianas, e
chama a si os nativos que queiram partilhar de seus trabalhos e gênero de
vida".
Aí começa algo estranho: "se os
colonos encontram uma nação que repele as leis da Utopia, eles expulsam esta
nação da região do país que querem colonizar, e, se preciso, empregam, para
tal, a força das armas"... E conclui esse capítulo com hospitais
perfeitos, onde tudo estaria resolvido sobre saúde.
Passa a um capítulo sobre VIAGENS DOS
UTOPIANOS, onde garante que, "havendo autorização legal para viajar, a
família em viagem recebe de graça tudo que necessitar pelas outras cidades da
ilha e no exterior, até voltar". Conta: "Exportam-se para fora da
ilha os gêneros supérfluos, tais como trigo, mel, lã, linho, madeiras, matérias
para tinturas, peles, cera, sebo, animais. A sétima parte dessas mercadorias é
distribuída aos pobres do país para onde se exporta; o resto é vendido a um
preço moderado. Este comércio permite à Utopia importar não somente objetos de
necessidade, o ferro, por exemplo, como, também, uma massa considerável de ouro
e prata. Desde que os utopianos praticam este negócio que acumularam uma quantidade
incrível de riquezas".
Eis outra loucura: "Estas riquezas são
destinadas a engajar e a pagar copiosamente as tropas estrangeiras; porque o
governo da Utopia prefere expor à morte os estrangeiros que os seus
cidadãos". E mais isto: "o ouro e a prata são destinados aos usos
mais vis, tanto nas residências comuns, como nas casas particulares; são feitos
com eles até os vasos noturnos. Forjam-se cadeias e correntes para os escravos,
e marcas de opróbrio para os condenados que cometeram crimes infames. Estes
últimos levam anéis de ouro nos dedos e nas orelhas, um colar de ouro no pescoço,
um freio de ouro na cabeça. Assim, tudo concorre para manter o ouro e a prata
na ignominia".
Inclui nesse capítulo mais algo sobre as
crenças espirituais dos utopianos e seu interesse por leituras, tendo recebido
do narrador em viagem livros clássicos gregos e romanos que muito teriam
apreciado... e não conheciam!
Agora traz um texto sobre os ESCRAVOS,
garantindo que nem todos os prisionerios de guerra são feitos escravos... Conta
ainda que vão comprar para escravos os criminosos condenados dos povos vizinhos
e que os nativos utopianos criminosos são os escravos mais duramente tratados.
Conclui que "Os povos vizinhos invejam o governo desta ilha afortunada e
vão pedir na Utopia magistrados para um ou cinco anos".
DA GUERRA é o capítulo que se segue, mais
duro de engolir: "alugam soldados de todos os países e principalmente do
país dos zapoletas, situado a leste da Utopia, numa distância de quinhentos mil
passos. O zapoleta, povo bárbaro, feroz e selvagem, não sabe viver senão no
meio das florestas e rochedos em que foi nutrido. Calejado na fadiga, suporta
pacientemente o frio, o calor, o trabalho. As delícias da vida lhe são
desconhecidas; menospreza a agricultura, a arte de bem morar e de bem vestir.
Não possui outra indústria que a criação dos rebanhos, e, as mais das vezes,
não conhece outros meios de vida além da caça e da pilhagem. Nascidos
exclusivamente para a guerra, os zapoletas procuram avidamente e não perdem
nenhuma oportunidade de fazê-la; então descem aos milhares das montanhas e vendem
a baixo preço seus serviços à primeira nação que deles necessita. Este povo faz
a guerra pelos utopianos, contra todo o mundo, porque em parte alguma encontra
melhor pagamento. De seu lado, os utopianos, que tratam a gente séria
convenientemente, ajustam com muito gosto essa infame soldadesca para enganá-la
e destruí-la. Quando precisam dos zapoletas começam por seduzi-los com
brilhantes promessas; depois expõem-nos sempre nos postos mais perigosos. A
maior parte perece e não volta para reclamar o que se lhes prometera; os que
sobrevivem recebem exatamente o preço convencionado".
RELIGIÓES DA UTOPIA - As religiões, na
Utopia, variam não unicamente de uma província para outra, mas ainda dentro dos
muros de cada cidade. De resto, apesar da diversidade de suas crenças, todos os
utopianos concordam numa coisa: que existe um ser supremo, ao mesmo tempo
Criador e Providência". Acrescenta descrição sobre meditação e silêncio
nos templos. Conclui com observações sobre existência de materialistas também
na Utopia e que são desprezados e afastados de todos os direitos.
Por fim, Thomas Morus comenta:
"Algumas coisas me pareceram absurdas nas leis e costumes utopianos, tais
como seu sistema de fazer a guerra, o culto, a religião e várias outras
instituições. O que sobretudo transtornava todas as minhas ideias era o alicerce
sobre que foi erguida esta estranha república, quero dizer, a comunidade de
vida e de bens, sem tráfico de dinheiro... esta comunidade destrói radicalmente
toda nobreza e magnificência, todo esplendor e majestade - coisas que, aos
olhos da opinião pública, fazem a honra e o verdadeiro ornamento de um
Estado".
NOSSOS COMENTÁRIOS
- Sobre escravos... Como é mesmo? A "ilha do governo perfeito" está
cheia de escravos? E eles carregam pesadas correntes e joias de ouro e prata,
com pedrarias... como símbolos de sua inferioridade? E, trazidos das guerras ou
comprados de outros países, raramente se tornarão cidadãos.
Sobre as guerras -
A ilha do governo perfeito "Utopia" tem todos seus habitantes sempre
treinados para combate. Contrata mercenários de povo inferior. Coloca esses
guerreiros em situações que resultem em morte para não ter que pagar-lhes? Traz
os prisioneiros vencidos como escravos.
Quando Morus
escreveu, era 1530 anos depois de Jesus Cristo haver ensinado o amor ao
próximo, 2030 anos depois de Buda e de Lao Tsé. Tinha ele como experiência ter
vivido entre a mais torpe nobreza da Inglaterra, dos tempos de Henrique VII e
foi chanceler de Henrique VIII que mandou executar Ana Bolena sua esposa e
depois o próprio Thomas em 1532. O Diálogo sobre "A República" de
Platão, escrito antes de Alexandre, o Grande, possui pelo menos o sonho de que
os povos sejam governados por filósofos. E a Utopia elege por forma indireta
uma estrutura que copia o Feudalismo bem mais do que o sonho da Democracia. As
virtudes sonhadas pelos futuros idealistas dos Direitos Humanos, nem de longe
despontam nessa ficção. Estão quase invisíveis os direitos à Verdade, à
prosperidade, respeito ao mérito e à propriedade, que são a verdadeira mola que
incentiva dando prêmio a quem traz o melhor. Pouco depois dele há a fuga do
navio May Flower... Bem depois esses pouco utópicos e bem práticos proclamam os
direitos democráticos... E corre mundo a lenda do Eldorado... Indígenas de mais
de mil povos da América vão sendo encontrados...
Neste sentido, o
sonho de liberdade das nações indígenas chamadas "primitivas", das
florestas brasileiras são superiores, mas ainda não eram conhecidas na Europa.
A aldeia evita
grandes populações, impede instalarem chefes com muito poder, reconhecem às
gerações em sucessão a necessidade de aprender quando novos, para assumirem a
maioridade e depois de prova coletiva de participação festiva, esses maiores
assumem a reponsabilidade pela aldeia. Estes chamam a seus povos de
"homens de verdade", frente aos invasores brancos "não
sérios". O uso coletivo das terras,
a participação festiva de resultados de caça, não exclui a apropriação por
grupo familiar de sua residência e das plantações. A defesa, raramente obriga a
iniciar ataque contra inimigos e não escravizam nem aceitam ser escravizados,
como regra geral.
Thomas Morus e toda
sua época mais a Utopia, não conhecem nem a Educação, nem a Reciprocidade. E já
ia longe a informação de Jesus Cristo: Conhecereis a Verdade (sobre o domínio
das Trevas sobre os homens) e a Verdade vos libertará desse domínio.
É bem melhor do que
o "sonho" (pesadelo, diríamos hoje) de Thomas Moore. Temos hoje os
computadores para ajudar a descobrir que as riquezas e o conhecimento humanos
são produzidos e os automatismos tirarão da escravidão a todos... E isto não é
mais "utópico"... Não pertence a ”lugar nenhum” e vai invadindo todos
os lugares.
Vamos ajudar a
construir o Mundo Novo Democrático de Verdade.
E AOS QUE SONHAM EM
SUGAR PRA SEMPRE O NOSSO SANGUE? TRUMP NELES!
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