EURASIANISMO
ESCRITO POR ROBERT
ZUBRIN | 03 MARÇO 2014
ARTIGOS - GLOBALISMO
As
ambições de Putin vão muito além da Ucrânia.
(COMENTÁRIOS MS AO FIM)
Na medida em que o regime de Putin invade a Ucrânia, tornou-se evidente que uma nova força para o mal emergiu em Moscou. É essencial que os americanos se tornem conscientes da natureza da ameaça.
Putin é descrito às vezes com um revanchista,
procurando recriar a União Soviética. Isto é uma simplificação útil, mas não é
realmente exata. Putin e muitos da sua gangue podem ter sido comunistas em
algum momento, mas eles não o são mais, hoje em dia. Em vez disso, eles
adotaram uma nova ideologia política totalitária conhecida como “Eurasianismo”.
As raízes da eurasianismo remontam à interação de emigrantes czaristas com
pensadores fascistas nas entre-guerras França e Alemanha. Porém, nos últimos
anos, o seu expoente principal tem sido o muito notório e produtivo teórico
político Aleksandr Dugin.
Nascido em 1962, Dugin ingressou no Instituto
de Aviação de Moscou em 1979, mas foi expulso devido o seu envolvimento com
grupos neonazistas místicos. Ele então passou os anos oitenta orbitando ao
redor de círculos monarquista e da ala ultra-direita, antes de se unir, por um
tempo, ao Partido Comunista da Federação Russa, de Gennady Ziuganov (PCFR, um
grupo neo-stalinista parcialmente descendente do anterior partido no poder –
Partido Comunista da União Soviética ou PCUS –, mas que não deve ser confundido
com ele), após o que Dugin se tornou, em 1994, o fundador e ideólogo
eurasianista principal do eurasianista Partido Nacional Bolchevique (PNB).
Cabe recordar que o nazismo era uma abreviação para nacional-socialismo.
Portanto, o nacional-bolchevismo se apresenta como uma ideologia que se refere
em muito ao nacional-socialismo, da mesma forma que o bolchevismo se realciona
ao socialismo. Esta auto-identificação aberta com o nazismo também é mostrada
manifestamente na bandeira do Partido Nacional Bolchevique (PNB), que se parece
exatamente com uma bandeira nazista, com um fundo vermelho circundando um
círculo branco, exceto que a suástica negra no centro é substituída por um
martelo e foice pretos.
Dugin se candidatou à Duma na chapa do PNB, em 1995, mas conseguiu
somente 1 por cento dos votos. Então, mudando os métodos, ele abandonou o
esforço para construir seu próprio partido dissidente e, como alternativa,
adotou a estratégia mais produtiva de se tornar o homem de idéias para todos os
partidos maiores, incluindo o Rússia Unida de Putin, o CPRF de Ziuganov e
ultranacionalista Partido Liberal Democrata da Rússia de Vladimir Jirinovski.
Nessa função, ele foi brilhantemente bem sucedido.
A idéia central de eurasianismo de Dugin é
que o “liberalismo” (segundo ele, a totalidade do consenso Ocidental)
representa um ataque à organização hierárquica tradicional do mundo. Repetindo
as idéias dos teóricos nazistas Karl Haushofer, Rudolf Hess, Carl Schmitt e
Arthur Moeller van der Bruck, Dugin diz que essa ameaça liberal não é nova, mas
é a ideologia do poder marítimo cosmopolita “Atlântico”, que tem conspirado
para subverter sociedades terrestres mais conservadoras desde os tempos antigos.
Consequentemente, ele escreveu livros nos quais reconstruiu toda a história do
mundo como uma batalha contínua entre essas duas facções — de Roma contra
Cartago à Rússia contra a “Ordem Atlântica” anglo-saxônica, nos dias de hoje.
Se for para Rússia vencer essa luta contra os portadores oceânicos subversivos
de tais idéias racistas (porque imposta do exterior), como os direitos humanos,
ela deve, por qualquer meio, unir em torno de si todos os poderes continentais
— incluindo Alemanha, Europa Central e Oriental, as ex-Repúblicas Soviéticas,
Turquia, Irã e Coréia do Sul —, em uma grande União Eurasiana forte o
suficiente para derrotar o Ocidente.
De modo a estar bem unida, esta União Eurasiana precisará de uma ideologia
definida. E para este fim, Dugin desenvolveu uma nova “Quarta Teoria Política”,
combinando todos os pontos mais fortes do comunismo, do nazismo, do ecologismo
e do tradicionalismo, permitindo-lhe, assim, apelar aos adeptos de todos esses
diversos credos antiliberais. Ele adotaria a oposição do comunismo em face da
livre iniciativa. No entanto, ele desistiria do compromisso marxista com o
progresso tecnológico (uma idéia derivada do liberalismo), em favor do apelo
demagógico do ecologismo para deter o avanço da indústria e da modernidade. Do
Tradicionalismo, ele extrai uma justificativa para interromper o pensamento
livre. Todo o resto é saído do nazismo, que vai desde teorias legais que
justificam o poder estatal ilimitado e a eliminação dos direitos individuais, à
necessidade de populações “enraizadas” no solo e a estranhas idéias gnósticas
sobre a origem secreta da raça ariana na Pólo Norte.
A devoção aberta ao nazismo, no pensamento de
Dugin, é notável. Em seus escritos, ele celebra como uma organização ideal a
Waffen SS, assassinos de milhões de russos durante a guerra. Ele também aprova
os mais radicais crimes do comunismo, indo tão longe como endossar os terríveis
expurgos de 1937, que mataram (entre inúmeros outros cidadãos soviéticos
talentosos e leais) quase toda a liderança do Exército Vermelho — algo que,
mais tarde, o próprio Stalin reconsiderou.
O que a Rússia precisa, diz Dugin, é de um
“fascismo fascista genuíno, verdadeiro, radicalmente revolucionário e
consistente”. Por outro lado, “O liberalismo é um mal absoluto... Apenas uma
cruzada global contra os EUA, o Ocidente, a globalização e suas expressões
político-ideológicas (ou seja, o liberalismo), é capaz de apresentar uma
resposta adequada... O império norte-americano deve ser destruído”.
Esta é a ideologia por trás do projeto “União
Eurasiana” do governo Putin. Foi para este plano macabro, que ameaça não apenas
as expectativas de liberdade na Ucrânia e na Rússia, mas também a paz no mundo,
que o ex-presidente ucraniano Victor Yanukovych tentou vender o “seu” país. Foi
contra esse plano que os corajosos manifestantes do Maidan se levantaram — com
um escandalosamente pequeno apoio do Ocidente — e de alguma forma miraculosa
prevaleceram. Mas agora as coisas complicaram. Os ucranianos estão sendo
confrontados não com a polícia de choque, mas com divisões russas, subversão e
guerra econômica. O país precisa ser estabilizado e defendido. Os ucranianos
merecem o nosso total apoio — e não apenas por razões de simpatia para com os
que resistem à tirania ou pelo respeito aos corajosos. É do interesse vital da
América que a liberdade triunfe na Ucrânia.
Sem a Ucrânia, o projeto fascista da União
Eurasiana de Dugin é impossível, e mais cedo ou mais tarde a própria Rússia
terá de se juntar ao Ocidente e tornar-se livre, deixando sozinhas algumas
desprezadas e condenadas ilhas de tirania ao redor do globo. Mas com a Ucrânia
sob seus pés, o projeto dos eurasianistas pode e irá adiante, e uma nova
Cortina de Ferro surgirá, aprisionando uma grande parcela da humanidade nas
garras de um poder totalitário monstruoso que se tornará o arsenal do mal ao
redor do mundo nas décadas vindouras. Isso significa uma nova Guerra
Fria, trilhões de dólares gastos em armas, crescimento acelerado do Estado em
nome da segurança nacional, conflitos repetidos custando milhões de vidas
no exterior, e a própria civilização colocada em risco se um único passo em
falso no insano e sem-fim jogo das grandes potências precipitar na confrontação
travada e carregada da troca termonuclear.
O século XX viu três confrontos entre grandes
potências. Dois deles descambaram na guerra total. Tivemos sorte no terceiro.
Nós realmente queremos jogar estes dados mais uma vez? Seremos obrigados, a
menos que o programa eurasianista seja detido.
As apostas na Ucrânia não poderiam
ser maiores
Publicado no site da National Review Online - http://www.nationalreview.com/article/372353/eurasianist-threat-robert-zubrin
Tradução: Jussara Reis e Clovis Kaminski
Tradução: Jussara Reis e Clovis Kaminski
COMENTANDO
FAREI UM NOVO ARTIGO SOBRE A HEGEMONIA
ANGLOAMERICANA.
MOISÉS é uma lenda. Os escribas de Salomão
foram incumbidos de dar à SUA lenda pessoal um sabor divino como convinha ao
herdeiro do Capitão DAVID que se unia com os faraós do Egito para enfrentar a
Lenda Sumeriana. Esses escribas reuniram escritos de ambos os lados, a maioria
já em uso pelas unidades tribais familiares da região Palestina. Depois de
longa aferição para ter uma ordem aceitável, surgiu a Bíblia com os livros
anteriores ao seu reinado e depois acrescentou Salmos, Provérbios, etc. E os
demais profetas sempre se sentiram autorizados a fazer uma revisão, tirando e
acrescentando algo.
Nada temos a condenar se os novos donos da
verdade foram fazendo suas Lendas Pessoais, como é até hoje toda a História Humana...
Estamos caminhando para a GLOBALIZAÇÃO.
Será que vamos conseguir algum dia um
acordo para unificar OS FUNDOS VERDADEIROS de todos os Lendários antepassados e
assim Globalizar em um todo harmonioso a RAÇA SUPERIOR que somos todos nós?
Afinal, somos todos apenas Lendas Pessoais... E TODA LENDA TEM UM FUNDO DE
VERDADE.
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