terça-feira, 30 de novembro de 2010

A DIVINA COMÉDIA

RESUMO de nossa mensagem - Este é um livro muito bajulado e que poucos leram. A primeira impressão é de um poema para ensinar o Catecismo em versos. Lendo mais a fundo parece um relato de julgamentos do autor sobre personagens das nações de sua época e das antigas nações greco-romanas. Pensando mais percebemos que simboliza mais do que expressa. Por sua datação ao redor do medievalismo mais obscuro dos Feudais, não poderia falar mais do que falou. Ao fim damos nossa opinião sobre esta cosmovisão.
 
Dante Alighieri nasceu em Florença em maio de 1265 e em 1300 ocupava a suprema magistratura de Florença, graças a sua capacidade. Era da facção ou partido dos Brancos e os Pretos conseguiram que o Papa o destituísse. Foi exilado, mudando muitas vezes de cidade e faleceu em 14 de setembro de 1321 em Ravena. Seus poemas são expressão de sua paixão pelo primeiro amor de sua vida, Beatriz, inclusive A DIVINA COMÉDIA. No original era apenas "COMÉDIA", com o aviso do autor de que era uma alegoria. Muitos críticos consideram que este poema jamais poderá ser superado. Com a aprovação da crítica religiosa, recebeu o adjetivo DIVINA. Está dividido este poema em 3 partes - INFERNO, PURGATÓRIO e PARAISO. 
RESUMINDO O LIVRO:
A primeira parte, INFERNO, se divide em 34 Cantos, começando com Dante perdido em uma selva onde uma pantera (o partido dos estandartes pretos?), um Leão (o protetorado da França sobre Florença?) e uma Loba (O Papa de Roma que lhe trouxe a desgraça?) o obrigam a ficar na selva. Ali surge a projeção do poeta Virgílio que se oferece para tirá-lo dali e o levará pelo Inferno e pelo Purgatório, de onde Beatriz o conduzirá pelo Paraiso, sendo Virgílio mandado por Beatriz. No Canto III já está à frente do Caronte, barqueiro que o levará ao Inferno e desmaia; No canto IV entra no Limbo, no V passa por Minos que julga e determina a pena; no VI fala do 3o. círculo onde se punem os gulosos; depois Plutão punindo os avarentos e pródigos; no 5o.círculo estão os irascíveis, chegando no canto X onde estão os governantes herejes; seguem os violentos, os fraudadores, os usurários; Centauros em lago de sangue estão punindo sob a guarda do Minotauro outros tipos de violentos no canto XII; fala dos suicidas no XIII; areia ardente em chamas pune em XIV os violentos contra Deus e em XV os violentos contra a natureza; sodomitas em XVI; maliciosos, alcoviteiros, aduladores, em meio de esterco; simoníacos enterrados de cabeça pra baixo (canto XIX); pixe fervendo pune os trapaceiros em serviços públicos; no canto XXIV ladrões são picados por serpentes horríveis; maus conselheiros, os que produzem cismas, falsários punidos por sede terrível (canto XXX); traidores no canto XXXII, desde Caim até Judas, sob as torturas de Lúcifer, saindo do Inferno no canto XXXIV pelas costas peludas dele.
 
PURGATÓRIO - Até o canto IV, Dante com Virgílio estão subindo ao Monte onde se purgam os pecados que serão redimidos, começando com os preguiçosos que demoraram para converter-se na última hora... Canto VI, sofreram morte violenta, canto VII grandes figuras que só no fim da vida se arrependeram de erros; no canto X os soberbos estão sob o peso de grandes pedras; Invejosos, no canto XIII têm os olhos costurados por arame; Iracundos, preguiçosos, avarentos debruçados no chão, canto XIX; prodigalidade, intemperança, luxúria,  até o canto XXVI e saída do Purgatório ao Paraiso no canto XXVII. Beatriz vem recebê-lo e o recrimina no canto XXXI, concluindo esta parte no canto XXXIII com um banho no rio Eunoé para entrar no Paraiso.
 
O PARAISO é descrito segundo as teorias de Ptolomeu com 9 esferas concêntricas sendo a oitava a das estrelas fixas, além da qual esfera se estende a nona como primeiro móvel e o Empíreo como eterno e sem limites. No canto III diz que na Lua estão as almas que faltaram em algum voto religioso... Em Mercúrio os que tiveram vida digna e buscaram fama imortal... Canto VIII - Vênus é a esfera dos que tinham propensões amorosas... No Sol estão os doutos em teologia... Canto X; até o canto XIV elogia os sábios que explicaram a salvação e aí estão em Marte, esfera dos que defenderam com armas a religião cristã... No canto XVIII estão já em Júpiter, esfera dos que governaram com justiça e vai com o julgamento dos que conheceram a lei de Cristo, para passar no canto XXI para Saturno, onde estão os que se dedicaram à contemplação. Em XXII chegam às estrelas fixas, e prosseguem o encontro com a coroação de Maria mãe de Cristo em XXIII, São Pedro, S. Tiago, S. João Evangelista, desfilam e explicam inclusive a caridade e no canto XXVII elevam-se à esfera do Primeiro Móvel, contemplam no canto XXVIII nove círculos de luz ao redor de um ponto brilhantíssimo. No canto XXIX censura os que vendem indulgências. No canto XXXIII vê um tríplice círculo da Trindade Divina. E os versos que usa Dante para falar desse êxtase, ele os gasta quase só para dizer que não é possível transmitir aquilo que não possui palavras que o possam traduzir. Faz juz ao dito de Jesus Cristo - "Nenhum olho viu, nenhum ouvido ouviu e jamais passou pela mente de nenhum homem".
 
NOSSA CRÍTICA -  Todos lembram muito bem da frase que ele diz estar na porta do Inferno -"Que percam a esperança os que aqui entram", mas não fica nenhuma expressão do poema sobre o Paraiso que possa ilustrar algo significativo que ultrapasse o entendimento que ficou nas palavras que nunca passarão. Afora a evidente fraqueza dos argumentos das nove esferas de Ptolomeu como sendo nove castas de bemaventurados, em alegoria dos mitos greco-romanos... temos que anotar que já era da intuição (ou tradição) das cosmologias antigas vindas da velha Suméria, que existem nove níveis de Universos Materiais. E já está na Comédia de Dante que nossa visão e concepção da realidade é uma ilusão onde invertemos os conceitos de modo a ver o Ser Inominável, infinito, essência de tudo como o ponto central, quando na Realidade toda realidade material é o pontinho sem dimensões circundado pela infinitude do que ele chama de Empíreo.
 
NOTA FINAL - Esta inversão de conceitos será melhor entendida ao superarmos a teoria das Cordas e voltarmos ao entendimento do que seja o Vácuo Universal, Energia que permeia tudo, Matéria Invisível, conforme a Relatividade, como expomos no livro sobre Einstein, Campo Unificado e Energia Livre e estenderemos melhor com a Teoria dos Nove Universos que estamos elaborando. Já quanto à visão do Inferno sendo campo de punição, eu considero ainda pouco explicado nesta "comédia" como acontece a intromissão dos seres das Trevas na vida do homem concreto terrestre. Não fica coerente os satãs corromperem o homem aqui na Terra e depois serem os encarregados de punir no Além. Bem mais lógicas são as cosmologias dos primitivos aborígenes das Américas. Cantaneda com seu bruxo D. Juan Mattos descreve os seres das trevas como "criadores" de seres humanos que serão engordados para sua gula como nós criamos porcos e galinhas... E nossos aborígenes das florestas brasileiras possuem melhor entendimento dessa intervenção malévola com defesa pelos xamãs, do que Dante faz entender com suas castas de castigos infernais... Já quanto a haver castas de seres no Paraiso, que me perdoem os dantescos fanáticos, nem como alegoria fica aceitável! A doutrina da predestinação não tem sentido! Analisamos de outro modo esses conceitos.
 
Leiam algumas dessas análises que deixamos entrever com as fábulas de Esopo nos resumos ramacheng:
 

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